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Vi o que vi...

  • PJ Vulter
  • 6 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

No outro dia, enquanto me deslocava num táxi para o Tribunal da Marquês da Fronteira, a fim de prestar testemunho, assisti a uma cena impressionante.


Infelizmente, esta foi mais uma das muitas cenas anónimas que ocorrem no nosso dia-a-dia, coisas que às vezes olhamos e não vemos, ou não prestamos atenção. Os nossos dias passam por nós a uma velocidade estonteante, temos tantas coisas para fazer - ou que queremos fazer, há diferenças - que, na maior parte do tempo, nem estamos cá, com os pés assentes na Terra; vogamos algures nas terras na mente, em sítios imateriais, a pensar que no já foi e no que ainda há de vir... E é assim que gestos como este, de incrível valor, nos passam ao lado - literalmente - e não os percebemos.


Estava - dizia eu - a caminho do Tribunal de Lisboa, na Marquês da Fronteira, quando vi o que vi e percebi o que percebi.


Uma senhora, com um bebé ao colo, caminhava pelo passeio; levava o outro filho - já com cinco, ou seis, anos - pela mão e, ainda, no braço em que levava o bebé, um saco carregado com todas as coisas que uma mãe de uma criança de colo precisa. Nisto, o filho mais velho para, põe-se à frente dela e estende os bracitos no ar. E, ela, que faz?


Ela, meus amigos; ela baixa-se e apanha também este filho no seu regaço. E, com os dois a braços, prossegue o seu caminho, sem uma hesitação ou reclamação, subindo a Avenida António Augusto de Aguiar.


Isto é abnegação e instinto maternal... Desde que anos mais tarde não se deite isto em cara às, agora, crianças.


Ser Mãe é mais que uma função biológica: é uma missão e uma vocação. E sendo-o, não pressupõe cobranças de qualquer género; uma Mãe faz o que faz por amor aos seus filhos, nunca por obrigação, e muito menos para mais tarde colher frutos na velhice...


Há Mães e mães; as primeiras são-no, mesmo para os filhos dos outros - e mais, sempre mais, para os seus -, as segundas limitam-se a cumprir uma função biológica. Esta que eu vi, era uma Mãe... Como a minha.

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