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Ocorreu-me...

  • PJ Vulter
  • 24 de nov. de 2017
  • 2 min de leitura

Ocorreu-me, assim do nada, que não valorizamos nada do que temos; até ao momento em que o perdemos.


Sim. Não é nada de novo. Acho que todos nós, em algum momento da vida, já chegámos a esta brilhante conclusão.


Contudo, quantos de nós alterámos a nossa forma de estar por isso?


Não me estou a referir a alterações temporárias, como aquelas que fazemos enquanto nos dói; estou a falar em mudanças profundas. Quantos?


Concordarão comigo que, para a maior parte de nós, a reação que temos é semelhante à da ressaca. Afinal, todos aqueles que já abusaram – uma ou outra vez da bebida, poucas vezes com certeza – lembram-se daquela manhã horrível em que, enfrentando o carrasco travestido de sanita – os que tinham a sorte de lá chegar –, prometiam nunca mais beber uma gota de álcool. E todos nós sabemos o que aconteceu a essa promessa…


Por isso, é normal que nos vejamos, repetidamente, na mesma situação sempre que perdemos alguém que é importante para nós. Dizemos, então: «Tenho de mudar. Tenho de aproveitar cada segundo...». No entanto, o efeito ressaca leva-nos, quase sempre, a melhor e o resultado é o mesmo de sempre; até ao dia em que temos, em que a vida nos força, a tomar de novo consciência.


«Consciência de quê?», perguntarão.


Consciência de que o nosso tempo aqui, na superfície da Terra, é curto e está contado; o nosso, o teu e o meu, e o de todos aqueles com quem nos relacionamos. É nosso dever, e obrigação, dentro do que são os parâmetros das relações saudáveis, aproveitar, acarinhar e nutrir essas relações, dando o nosso melhor, sendo verdadeiros – sempre – e jamais fingindo o que quer que seja. Essa é a única forma de olhar quem parte; com saudade, com certeza, mas também com a paz que só a sensação de termos feito tudo aquilo que estava ao nosso alcance para tornar aquela relação única e boa dá.…



Quantos de nós podemos ter a certeza de termos aquela paz, dentro de nós, quando o próximo momento chegar?


Eu não… É certo. Pois, também, eu, tenho de fazer este caminho.


E quanto a vós?


E pronto… Era isto que tinha para dizer – nem sei porquê.


Ocorreu-me…


E agora, sem pressões, vão. Não se esqueçam, contudo, que a única certeza que temos na vida é a morte, a nossa e a dos outros; e que – infelizmente, ou não – não sabemos quando é que ela virá. Por isso, cada segundo conta…


Está a contar!

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