Quadrilheiros
- PJ Vulter
- 22 de dez. de 2017
- 2 min de leitura

Muito se fala no Facebook...
Basta que alguém resolva postar uma opinião, mesmo que pouco fundamentada, ou baseada só em coisas que se ouvem dizer e, de repente, já todos suspeitavam, ou sabiam de coisas, ou sempre desconfiaram; e vai de encher o Facebook de autênticas baboseiras...
Isto faz-me pensar, e deixa-me triste, porque, ou somos todos uma cambada de cobardes e desinteressados, que assistimos às coisas e não nos damos ao trabalho de apontar o dedo e de exercer o nosso direito cívico de olhar pelo que é nosso, moral e legalmente, ou então não passamos de comadres, desejosas de um boato, de uma coscuvilhice, para sairmos todos debaixo das pedras e começar a dizer coisas, emprestadas de uns, roubadas a outros e herdadas de alguns. Em que é que ficamos?
Não sei.
Acho que é há de tudo um pouco... Ainda assim, acho que somos muito mais daqueles que vão para o Facebook falar por falar, para fazer barulho, para mostrar que sabemos de coisas, que somos informados e inteligentes...
Sim. Acho que o Facebook é constituído maioritariamente por essa gente. E é por isso que não faz sentido virem discutir coisas estranhas; como o Narcisismo e a «Mania das Grandezas», como alguém fez.
A sério?
No Facebook?!
Todavia, o que importa reter, é que daqui a três ou quatro meses já ninguém se lembrará daquilo que agora se fala; estarão de baterias apontadas ao próximo escândalo, grande ou pequeno - porque não se faz a triagem do que realmente importa -, pois o que importa é falar, mostrar que sabemos e sermos influentes - porque o que se gosta é de ter Gostos e fama instantânea.
No fundo, somos uns mansos - «de brandos costumes», como se diz - que vamos ao sabor dos ventos das influências politico-partidárias que nos vão levando para onde nos querem levar e nós, sedentos de falar de coisas que não sabemos, mas que gostamos de fingir que sabemos, e de sermos influentes, ainda que só junto de quem, como nós, nada sabe, deixamo-nos levar.
E, depois, faz-se muito barulho e fala-se, fala-se, fala-se... Resolve-se alguma coisa?
Muda-se alguma coisa?
Alguma destas pessoas que fala e fala e fala vai mudar a sua atitude e ser um cidadão mais atento e interventivo?
Não. Vão todos ficar à espera da próxima escandaleira...
«Ah! E não sei quê... E qual é o problema? As pessoas têm de falar e protestar; têm esse direito...»
Pois, pois...
Sabem o que é que isto tudo me faz lembrar?
Aquela jaula da macacada, no Jardim Zoológico. Conhecem?
Aquela onde os macacos fazem uma zoada descomunal sempre que alguém passa...
Pois. Essa mesmo...
Basta que se atire com alguns amendoins e eles calam-se...
E, depois, mais ninguém se preocupa com eles.
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