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Jesus Cristo



Hoje é Sexta-feira Santa; ou da paixão, como se dizia nos tempos dos nossos avós. E diz-se que, neste dia, há 1985 anos - mais coisa, menos coisa -, Jesus Cristo sucumbia na cruz em nome do seu amor por todos nós; sacrificou-se em nome da Humanidade...


O que quererá isto dizer?


Não terão as mulheres e os homens continuado as suas vidas, como se nada fosse?


Mudaram os homens ou as mulheres a sua forma de estar na vida?


Deixaram de haver guerras, carnificinas, mutilações, estupros e injustiças?


A mulher e o homem tornaram-se bondosos, amigos dos seus amigos e altruístas?


Ficou o mundo de luto, há 1985 anos; incapaz de se suster perante o enorme e o hercúleo sacrifício que Jesus fez por todos nós, ao deixar-se assassinar numa cruz de madeira, às mãos dos Romanos - os vilões da época?


Não. Tudo continuou na mesma; excepto para alguns...


Tal como hoje, quando sabemos da morte de alguém, isso só nos afecta, nos faz pensar, mudar a forma de estar - e muito raramente - quando é a morte de alguém próximo. De outra forma, continuamos a vida como se nada fosse. Porque teria sido diferente com Jesus Cristo?


Sim. É verdade. Ele tinha os discípulos e muitos seguidores e não era propriamente um desconhecido nos círculos onde se movia. E, por isso, muito sentiram a sua morte, mas para muitos mais ela foi indiferente: foi mais um que morreu na cruz, como tantos outros morriam na época.


Eu sei o que muitos já estão para aí a dizer:


«BLASFEMO! Como ousas profanar o nome do Senhor?!»


Não se trata de nada disso. Trata-se tão somente de questionar, de fazer pensar, de vos obrigar a olhar para coisas com outros olhos que não os daqueles que querem que vejam as coisas desta forma. Dispam essa roupa de crentes, deponham as crenças religiosas, e vejam se o que eu digo não faz sentido. Faz. Claro que faz!


Olhem o mundo hoje, olhem o que ele é; e olhem o mundo que Jesus deixou, como era na época, o que entretanto aconteceu e no que se tornou e está a tornar. Acham que foi para isto, e por isto, que Jesus Cristo se sacrificou?


E, se assim pensam, acham que terá valido a pena?


O que é que o sacrifício de Jesus, as horas que penou na cruz, terão valido à humanidade; o que é que ela aprendeu?


Nada. A Humanidade manteve o seu trajecto de auto-destruição, o Império Romano tornou-se cristão e caiu, as invasões sucederam-se umas atrás umas das outras, os ladrões continuaram a roubar, os violadores a violar e os vigaristas a enganar; a senda da busca da fortuna vincou-se ainda mais, no homem e na mulher, e pelo caminho fizeram-se duas Guerras Mundiais, com milhões de vítimas, e caminhamos - muitos o creem - para uma terceira. Assim sendo, e fazendo fé no que dizem; que Jesus Cristo veio à Terra, em nome de Deus Pai, para espalhar o amor... Fez muito mau trabalho; não acham?


Tudo isto que a Igreja Católica Apostólica Romana inventou - sim, leram bem, inventou - tem como único objectivo conduzir a Humanidade a um destino. Qual é, não sei. Mas sei que todos nós achamos que é a um Paraíso pós-Morte. E mesmo aqueles que mal se portam, ou aqueles que dizem nada acreditar nestas coisas - mesmo esses - querem esse paraíso e pedem perdão pelo mal que fazem para não ir parar a esse tal Inferno... E foi esta a enormidade que a Igreja Católica Apostólica Romana criou, mitificou, em torno de um homem - com H grande - que nasceu filho de um humilde carpinteiro e de uma virgem - que não sabemos se o era -, mas que era muito mais do que uma simples criança.


Jesus Cristo foi enviado à Terra para espalhar o amor e a fraternidade entre os homens e mulheres. Naquele tempo - no seu -, atingiu algumas centenas que se transformariam em milhares; depois. Se fosse Hoje, com a Internet, Facebook, Youtube, Instagram, a sua obra teria sido muito mais bem conseguida, porque teria chegado a milhões sem distorções ou manipulações. Mas não foi, foi naqueles tempos longínquos, e tudo o que conseguiu foi que esses milhares que ele tocou, pela força dos números e fervorosidade do sentimento, tivessem levado um grupo de iluminados a acreditar que valia pena institucionalizar aquela crença no enviado de Deus, porque poderia ser lucrativa, porque havia como ganhar dinheiro por ali; algo que acabaria por se vir a transformar no Vaticano.


Por isso, o que é que se passa com Jesus Cristo e a Páscoa?


O que se passa é que Jesus Cristo veio à Terra para semear o Amor e Fraternidade. Mas não foi com isso que ele incomodou os Tiranos da época; o que os incomodou foi ter-se começado a espalhar que Jesus Cristo se proclamara o Rei da Judeia; como é que isso se espalhou, ninguém explica. E um dia, por 30 moedas, convenceram - diz-se - Judas a traí-lo. E, segundo reza a lenda, Jesus sabia de tudo o que iria acontecer e nada fez para o evitar; porquê?


Porque chegara a hora de partir. Jesus entendera que semeara o amor e a fraternidade no coração de alguns, dos que conseguira, e que esses seguiriam os seus próprios caminhos nos Seus ensinamentos e que, não estando o Seu trabalho na Terra terminado, continuá-lo - encarnado num homem - seria impossível. Porquê?


Porque é muito mais o que não se sabe sobre esses tempos - e até sobre os de agora - do que aquilo que se sabe; ou pensa saber.


Eu sei que pareço ter posto em causa que Jesus Cristo se tenha sacrificado em nome da Humanidade, mas também sei que o que aconteceu depois, na Terra - as guerras, as invasões e o Mal, se assim quiserem -, nada teve que ver com Ele ou com qualquer nulidade desse Seu sacrifício. E o que eu sei também - acredito, será um termo mais adequado - será algo que não é concebível para a maioria de nós porque simplesmente deixámos de questionar: é que o que Jesus Cristo veio fazer à Terra, aquilo por que ele se sacrificou por amor à Humanidade, provavelmente, nada tem que ver com aquilo que as igrejas dizem...


Vale a pena pensar nisto...

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