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O Urso Polar com frio...

  • PJ Vulter
  • 17 de ago. de 2018
  • 2 min de leitura


As pessoas desiludem sempre; por muito que gostemos delas e acreditemos nelas, elas desiludem. Desiludem porque são humanas e porque há coisas - traços da sua personalidade - que sobrevivem sempre, mesmo nas mais conscientes, e que em determinadas situações sobrevêm. Não é por mal; é um mecanismo de sobrevivência: somos instigados a seguir o caminho que nos é mais fácil. E foi por isso que hoje alguém proferiu um juízo de valor que me magoou e eu, ainda que protestasse, optei por me silenciar. No entanto, a ilusão caiu - finalmente. Eu sou um urso polar com frio…


Conhecem a história do Urso Polar com frio?


Não sei quem a criou; mas vi-a a circular na Net e vou sintetizá-la:


Havia um pequeno urso, nascido nos pólos, que tinha frio; sentia muito frio, mesmo muito, muito frio. E o pobre do ursinho vivia triste, pelos cantos do seu covil, com vergonha de tudo e de todos os outros ursos, porque era um urso polar e os ursos polares não podiam ter frio. Como é que ele poderia ter frio? Seria ele mesmo um urso polar?


Até que um dia, encheu-se de coragem, e, ainda que tremendo, resolveu perguntar ao pai urso; disse-lhe:


“Pai, eu sou mesmo um urso polar?”


E o pai perguntou-lhe – sorrindo; tanto quanto um urso possa sorrir:


“Porquê, meu filho?”


E o ursinho, de lágrimas nos olhos, respondeu:


“Tenho frio!”


A história acaba aqui. Não sabemos qual foi a resposta do pai urso…


No entanto, a questão essencial está lançada: um urso polar com frio…


Todos nós somos diferentes uns dos outros; somos e ponto final. E, a chave para lidar com isso, é lidar com essa diferença - a nossa e a dos outros - aceitando-a, respeitando-a e, desse modo, honrando-a.


Mas em vez de isso ressentirmo-nos, sentirmo-nos magoados; é como se o outro fosse injusto connosco. E porquê?


Porque não aceita a nossa diferença?


Então e nós; aceitamos, nós, a diferença do outro?


Se aceitarmos essa diferença, perceberemos que aquela pessoa reagiu da única forma concebível para ela; nós fazemos – quase – sempre aquilo que é o nosso melhor e, por isso mesmo, ela deu o seu melhor. Não houve intenção de magoar, não houve intenção de ser má…


Será que assim ainda nos sentimos no direito de estarmos magoados?


Façamos o jogo ao contrário. Fomos nós quem reagiu e a pessoa com quem reagimos ficou magoada. Tínhamos, nós, intenção de o fazer?


Não?


Então, tem essa pessoa direito de se sentir magoada?


Mas se ainda assim, depois desta racionalização, nos continuarmos a sentir magoados, não tem qualquer problema. Está tudo bem! Está tudo bem, porque isto é, também, o que de melhor conseguimos fazer naquele momento. Aprendamos com isso a escapar às armadilhas desta ilusão de que somos todos iguais – não somos; respeitemos isso e com isso aprendamos a viver melhor.


De resto, não nos esqueçamos que todos nós trilhamos um caminho de evolução e que somos, em qualquer - e a qualquer - momento, um urso polar com frio...


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