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Fogueira das Vaidades



Talvez estranhem o meu silêncio sobre os incêndios de Monchique…


Mas não estranhem. Afinal que mais há a dizer do que eu já disse o ano passado no meu texto «Arde Portugal(...)»?


Nada. Tudo se repetiu! E, mesmo que ao princípio tenha parecido que não, quando se começou a investigar, viu-se que assim era; e estou convencido de que mais coisas assim irão surgir com o tempo. E pergunto: não é o ministro outro? Não é a direção de Proteção Civil outra?


Então; de que serve mudar os cabecilhas?


De nada. Serve apenas para calar as vozes que gritam, que exigem sangue, mas que nada mais sabem se não aquilo que alguns chicos-espertos papagueiam em nome próprio e no seu próprio interesse. Sem se darem conta, essas vozes prestam um grande serviço a esses interesses escusos, camuflados pela suposta defesa da verdade, mas a quem tudo interessa menos salvar as nossas florestas e gentes.


Alguém levou, entretanto, a debate - durante o ano de 2018 - a questão dos incêndios?


Alguém acionou a sociedade civil para o problema dos fogos?


Preocupou-se a sociedade civil, que tanto esperneou o ano passado, com os incêndios?


Não. Depois de depostos os ministros e mudadas as chefias tudo se calou. E porquê?


Porque tudo aquilo que queriam estava concretizado… O que seria isso?


Não sei. Não sei, porque nada é só o que parece - algo que tenho vindo a aprender; há sempre várias camadas... Mas - certeza porém - posso assegurar que um dos objectivos seria destabilizar a geringonça.


Felizmente, este ano, não houve perda de vidas. Se alguma coisa ficou evidente no aparato montado foi a preocupação com a salvaguarda da vida das pessoas. E gostei disso; gostei do que vi… No entanto, direi que estaríamos no mesmo cenário do ano passado, se isso não tivesse acontecido, e que dentro de pouco tempo teríamos nova mudança de cadeiras…


O que é isto?


O que é isto que nos servem todos os anos?!


Não me ocorre outra palavra para descrevê-lo se não como uma palhaçada…


Mas os palhaços - desenganem-se - somos nós, todos nós, que parece que resolvemos deixar de pensar pela própria cabeça e seguimos, como cãezinhos adestrados, o que os interesses partidários nos dizem. Gostaria de alertar toda a gente – e gostaria de acreditar que não estou a dar nenhuma novidade – que os partidos políticos não querem saber de nós; o que querem é poleiro, ganhar eleições, cargos e afins. Por isso, nada do que eles dizem é inteiramente verdadeiro, isento ou no melhor interesse do país; promovem sempre os seus interesses de grupo e pessoais.


E assim sendo, depois de mais um ano, depois de mais um incêndio catastrófico, depois de mais uma vez se concluir que não estávamos preparados, pergunta-se: porque razão ardem, realmente, as nossas florestas?

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