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Stranger Things


Stranger Things, PJ Vulter

Será que só há coisas más no mundo?


Eu acho que não; há também coisas boas.


No entanto, sobre as coisas boas ninguém fala; ninguém comenta…


Já faz muito tempo que eu não teço comentários sobre o Facebook. Deixei de o fazer, porque entendi que quem lá vive – sim, porque há muito gente que vive no Facebook – tem um modus operandis diferente do meu; é como se funcionasse numa frequência hertziana distinta da minha. E isso nem é bom nem é mau; é só uma constatação. Mas isso dota-me da capacidade de olhar para o Facebook com um certo toque de Papalagui


Aqui há umas semanas, um pai desesperado postou a história de como um agente da PSP fora além da miopia da autoridade e da lei e o ajudara a chegar onde tinha de chegar; até junto da filha que, no hospital, aguardava a sua autorização urgente para uma cirurgia. A história – um mero e sentido agradecimento – galgou todos os feeds; de tão partilhado e repartilhado que foi, chegou às notícias!


Não faltaram vozes críticas ao facto sucedido no Facebook – das pessoas que lá vivem; de tal modo que o próprio autor da postagem, o pai desesperado, se viu forçado a criticar a projeção que a sua partilha tivera.


Não entendi; nem as criticas internas do Facebook, nem porque veio o pai desesperado vilipendiar as pessoas que – talvez enternecidas pela história – se associaram à partilha e fizeram esta história chegar mais longe. E não entendi por duas razões.


Em primeiro lugar, o que pretendera realmente o pai desesperado, ao ter colocado a história no Facebook; não era partilhar com o mundo algo que ele achara admirável?


E, em segundo lugar, não é este o objectivo de estar no Facebook, partilhar tudo com o mundo; desde as refeições que se deixam a arrefecer - até à foto perfeita – até aos momentos que não vivemos na ânsia de mostrar ao mundo o quão felizes somos?!


E, depois de muito pensar, sou obrigado a concluir que o único problema desta história foi o facto de ter sido uma história positiva. Alguém partilhou uma coisa fofinha - que não era nem um gato nem um cão, porque isso era aceitável -, e isso azedou os Facebookianos. Como é que alguém ousa falar de outras coisas que não sejam politiquices tendencionistas, dizer mal do bem e bem do mal, falar do engano que beltrano teve quando disse o que disse, mostrar como os políticos de outros partidos – porque, os dos nossos, jamais - são mentirosos e interesseiros? Como ousou?!


E estou absolutamente certo, também, que foi por isso que foi notícia na televisão. Na televisão falaram da história do pai desesperado e do agente da PSP atencioso, mas a verdadeira notícia – aquela que não foi pronunciada - foi que uma coisa boa teve projecção no Facebook


Quem adentra pelo Facebook, mesmo por acidente – como acontece comigo –, só dá com gente aos berros a criticar tudo e todos; é uma ferramenta de escárnio e maldizer. E é pena, porque poderia servir para unir as pessoas em prol de causas positivas, mas – aparentemente – há uma regra tácita entre os Facebookianos contra as coisas positivas. E, mesmo quando falam das coisas positivas, é para falar mal delas ou de quem delas falou…


Neste momento, quem vive no Facebook, tem sérios problemas consigo próprio, porque é capaz de transformar uma pedra de calçada que encontrou fora do sítio num míssil nuclear carregado de acusações, juízos de valor, veneno e crueldade… Faz uma postagem, com a foto da dita pedra, e pergunta ao Presidente da Câmara, enquanto de caminho lhe chama mil e uma coisas e o acusa de outras tantas, o que é que ele anda a fazer para evitar que mais pedras como aquela surjam.


Amigos Facebookianos, o Senhor Presidente da Câmara quer lá saber da pedra; ele não trabalha na rua e nem vai ao Facebook. Os serviços camarários também têm mais que fazer do que estar preocupado com uma pedra da calçada; têm relva para cortar, limpeza de ruas para fazer… E quem sabe se essa pedra não foi tirada por uma criança – talvez o seu filho – que se entreteve dessa maneira enquanto você comentava qualquer coisa no Facebook?


Nesse caso, não seria mais adequado melhor educar a sua criança; ou até prestar-lhe mais atenção?!


E não! Não é tendência de nenhuma cor partidária abandonar pedras da calçada…


Get a life and get alive!


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